Oportunidade de negócio com grandes corporações: por que você deve valorizar?
As histórias das startups se repetem. Três estudantes se encontram na universidade e decidem tocar um projeto inovador juntos. Geralmente, o turning point acontece quando essas startups passam a se relacionar com grandes empresas. Nesse momento, elas conseguem potencializar o negócio e fazer surgir mais oportunidades. Essa foi a história da Retina Vision, uma startup que passou pela Oxigênio Aceleradora e hoje está em plena ascensão, com grandes clientes em sua carteira.
O relacionamento com os grandes fez com que a ideia se desenvolvesse rapidamente e que o produto se adequasse às necessidades dos clientes.
Conversamos com Victor Merguez, CEO da Retina Vision, que contou sobre o a experiência com a Oxigênio.
Início da Retina Vision
Foi na Universidade de São Paulo (USP) que os três jovens, cada um de um curso diferente, se encontraram. Em uma disciplina optativa de desenvolvimento integral de produtos, eles puderam participar do mesmo desafio.
Eram um estudante de Engenharia Mecatrônica, outro de Física, outro de Engenharia Elétrica que se propunham a resolver um problema real. Naquela oportunidade de negócio, o desafio era proposto pela Porto Seguro.
“Foi quando escutamos sobre os problemas dos carros roubados no Brasil, que geram cerca de R$ 6 Bi de prejuízo por ano e as soluções em larga escala eram inviáveis”, relembra Victor.
Literalmente, com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça, eles colocaram um plano em ação. “A gente desenvolveu um software que transforma uma câmera comum em uma câmera inteligente, capaz de ler as placas dos veículos. Integramos com bases como a do Sinesp e com bases privadas como a própria Porto Seguro e as câmeras passavam a fazer a identificação de carros roubados”, explica ele.
Num ensaio, os amigos, instalaram duas câmeras na entrada de um supermercado em São Caetano do Sul. Segundo Victor, “depois de dois meses de funcionamento, a gente havia encontrado 7 carros roubados de clientes da Porto Seguro”. Nascia ali uma parceria que ia durar.
“A partir desse resultado, a gente se inscreveu no Programa de Aceleração da Oxigênio, em julho de 2017”, conta. Entre mais de mil candidaturas, eles foram selecionados para serem uma das cinco startups a serem aceleradas.
Ao ingressarem no programa, já conseguiram clientes reais. “A nossa primeira cliente foi a própria Porto Seguro”, comemora Victor.
Foram três meses de mentoria, de março a junho de 2018. Para Victor, “um programa de aceleração muito completo, tínhamos mentorias semanais com pessoas importantes do nosso mercado”.
Eles contaram também com um padrinho na Porto Seguro. “O padrinho é uma pessoa de alto nível do nosso setor que pode abrir muitas portas”, explica o CEO. Nessa mentoria com o padrinho, o acompanhamento é ainda mais próximo e completamente focado nos conflitos e mindset da startup, “tínhamos reuniões periódicas com ele para melhor pensarmos o nosso negócio”, completa.
Victor conta também sobre como foi favorecido em termos de networking e contatos importantes pelo trabalho com a Oxigênio. Ele ainda destaca o relacionamento com outras startups que estão no mesmo espaço. “Quando precisamos de um modelo de proposta comercial, ou indicação de banco, podemos trocar figurinhas com outras que estão passando pelos mesmos desafios ao nosso lado”, cita.
Eventos relevantes para o negócio também puderam contribuir com a experiência da Retina Vision. “Como estamos num mercado B2B/Enterprise, eles conseguiram abrir muitas portas para a gente conseguir participar de painéis, pudemos falar na frente em alguns eventos e isso resultou em vendas que fechamos”, destaca.
Essa parceria da Retina Vision com a Oxigênio, Victor resume em uma frase: “Eles são um time que tem um único objetivo que é de fazer com que a gente dê certo”.
De olho nas relações com grandes empresas
Victor conta que o relacionamento com grandes empresas como a Porto Seguro fez com que o processo de vendas ficasse mais ágil. “Eles começaram semeando uma sementinha e se tornaram nossos investidores e, hoje, além disso, são nossos clientes”, relembra.
Para ele, a Porto Seguro é ainda um selo de confiança. “Quando estamos apresentando nosso trabalho e falamos que a Porto Seguro é nossa cliente, isso dá muita credibilidade”.
As vantagens de trabalhar com grandes empresas foram facilmente percebidas. “Empresas maiores abrem muitas oportunidades para muitos serviços”, enfatiza Victor, “normalmente, as pessoas que querem abrir startups ficam mais focadas num mercado B2C (Business to Consumer), mas não percebem que a dificuldade pode ser muito maior, um mercado B2B (Business to Business) oferece mais oportunidade de negócio e um ticket médio muito mais alto”, completa.
Com relação aos valores, Victor aponta que, no Brasil, onde os investimentos têm estado escassos, o ticket médio do B2B pode facilitar muito a vida financeira das startups. “É mais valioso lidar com contratos maiores”, aconselha.
Victor ainda elenca algumas lições que tem aprendido quando quer lidar com grandes empresas. “Para quem está começando uma startup eu falaria que se você está num mercado B2B como o nosso, não adianta ficar esperando a pessoa do outro lado te trazer uma oportunidade de negócio”. Ele conta que a Retina Vision teve que mudar a forma de agir com relação à captação de clientes.
Ele conta: “a gente via que eles tinham interesse, mas chegava um momento que as coisas estagnavam e a gente não tinha um feeling de quando poderíamos tomar a ação. Aprendemos a nunca esperar a pessoa do outro lado, passamos a marcar a reunião, fechar um piloto, fechar um contrato, nos virar para conseguir”.
Visão de futuro
Hoje as câmeras da Retina Vision monitoram cerca de 35 mil veículos por dia. E encontram um carro roubado a cada dois dias. Um negócio que traz benefícios para toda as partes envolvidas e para a sociedade.
Para se definir melhor, a Retina Vision passou a direcionar seus serviços da forma mais eficiente que pudesse. “Hoje, somos uma empresa de serviços para solução de recuperação de veículos”, apresenta Victor.
Com o crescente reconhecimento no mercado, a empresa se prepara para novas etapas. “Estamos começando a entrar no mercado com o município também. Para encontrar veículos roubados ou suspeitos, de cercas eletrônicas pro setor público.”, conta Victor. O mercado é grande, com cerca de 40 mil radares, é mais uma boa oportunidade de negócio para a startup.
Victor continua: “a gente sempre foi apaixonado por tecnologia e por dados”, a partir disso, a Retina Vision traça sua visão para o futuro e confirma o lado inovador das startups. “A gente pode gerar informações relevantes, imagina se a gente conseguisse criar uma malha de câmeras nas cidades do nosso país para gerar valor tanto pro setor público como privado”, perspectiva Victor, ou seja, um futuro que promete.
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