Gestão horizontal: o que é, quais são as vantagens e como implementá-la?
Muito se tem dito sobre os avanços em ferramentas tecnológicas aplicadas ao mundo empresarial. Softwares ERP, CRM, inteligência artificial aplicada às estratégias de negócios, servidores em nuvem e outros, são alguns dos exemplos mais emblemáticos.
Porém, não são apenas as ferramentas que têm passado por upgrades: as técnicas de gestão também são alvos da inovação. A gestão horizontal é uma dessas metodologias que têm ganhado cada vez mais espaço no mundo corporativo.
O objetivo deste artigo é apresentar o que é a gestão horizontal, quais os seus benefícios e como pode ser aplicada de maneira prática em sua empresa. Curioso? Então, acompanhe o texto para saber mais!
Sumário
O que é a gestão horizontal?
Da mesma forma que o conceito de gestão 4.0, a gestão horizontal surge a partir de uma tendência ligada diretamente ao uso cada vez mais intensivo de tecnologias aplicadas aos negócios, conhecido como transformação digital.
De forma simples, podemos entendê-la como uma metodologia que prioriza estruturas mais flexíveis e descentralizadas nas empresas, em contraponto à hierarquia, concentração e burocracia dos métodos tradicionais.
Essa forma de administrar os recursos humanos impacta todas as demais áreas da empresa, conferindo mais responsabilidades aos colaboradores e autonomia para a tomada de decisões, de maneira conjunta entre todos os integrantes da equipe. No decorrer do artigo, vamos conhecer mais detalhes sobre essa metodologia e explicar formas práticas de implementação.
Quais são os benefícios da gestão horizontal para as startups?
Para continuar a expandir os conhecimentos sobre a gestão horizontal, é preciso destacar quais os impactos desse método sobre o desempenho das empresas, seja no âmbito dos negócios, seja na gestão de pessoas. Vejamos quais os principais benefícios da gestão horizontal para as startups.
Equipe versátil e plurivalente
Como vimos, a gestão horizontal gera mais autonomia aos colaboradores para que sejam capazes de resolver problemas de forma mais independente. É por causa disso que as equipes como um todo acabam desenvolvendo habilidades além da simples execução de tarefas como:
- capacidade de lidar com múltiplos afazeres;
- pensamento estratégico;
- exercício maior de tomada de decisões;
- contínua autoavaliação.
Como resultado, a equipe se torna mais versátil, preparada para encarar novos desafios e mais capaz de se organizar em busca do cumprimento das suas metas e objetivos.
Colaboradores mais interessados
Um dos benefícios mais marcantes em adotar a gestão horizontal é o poder motivacional que esse método gera no time de colaboradores. Ao entregar a sua equipe mais poder de decisão e liberdade de atuação, na prática, está conferindo mais responsabilidades.
Esse senso de compromisso gera um nível de engajamento maior. Por sua vez, torna os profissionais mais interessados não apenas na simples execução de uma tarefa, mas também, nas suas consequências e nos resultados obtidos a partir dela.
Afinal, tornar-se um coautor de um projeto, e não apenas mero participante, gera o mesmo sentimento que um artista tem ao assinar uma obra como uma pintura, por exemplo, assumindo a sua autoria e se tornando responsável por ela.
Decisões tomadas de forma mais rápida
Menor quantidade de níveis hierárquicos se reflete em processos mais ágeis e decisões tomadas em um espaço de tempo menor. Isso fica evidente, ao realizarmos uma comparação sobre o caminho realizado por uma demanda de determinado departamento, até que seja avaliada e, em seguida, efetivada ou não.
Nas organizações mais verticalizadas, a tomada de decisões mais relevantes é restrita aos níveis mais altos da pirâmide. Consequentemente, gera maior concentração e lentidão em todo o processo, uma vez que a demanda tende a ser muito alta para um número reduzido de pessoas.
Do lado oposto, ao observarmos o mesmo fluxo nas organizações com gestão horizontal, percebemos rapidamente que o tempo de resposta é reduzido Além disso, as decisões tomadas envolvendo mais pessoas são fruto do capital intelectual de vários indivíduos, estimulando resoluções mais criativas.
Essa velocidade é fundamental para startups que precisam fazer frente à própria rapidez com que os mercados se comportam. No mundo atual, marcado pela competitividade e pelo avanço constante da tecnologia, poder contar com uma estrutura organizacional menos rígida e mais adaptativa faz toda a diferença para a empresa.
Melhor custo-benefício para a empresa
Estruturas mais austeras, voltadas para processos mais ágeis e racionalmente embasados, utilizam menos recursos e eliminam gastos com burocracias e outras ineficiências. De outro modo, organizações com mais hierarquias ou departamentos tendem a consumir mais recursos para se manter e executar as suas funções.
Sendo assim, do ponto de vista de uma startup que ainda está em busca de um modelo de negócio repetível e escalável, adotar métodos de gestão e estruturação interna mais enxutos ajuda a otimizar investimentos e deixa a empresa com mais “fôlego” para avançar no longo prazo.
Como colocar a gestão horizontal em prática?
Agora que já compreendemos um pouco mais sobre o conceito e as vantagens que envolvem o tema, chegou o momento de partirmos para a prática. Outro ponto que merece destaque é que, por se tratar de um método, aplicar a gestão horizontal é muito mais uma questão de decisão estratégica do que orçamentária, pois não são necessários grandes investimentos em novos equipamentos e infraestrutura física.
Na verdade, em muitos casos, a única atividade necessária para a implementação é remodelar cargos e funções, o que torna esse método muito vantajoso. Veja, a seguir, algumas dicas-chave sobre como implementar a gestão horizontal na sua empresa e, assim, obter os benefícios do tópico anterior. Confira!
Incentive o contato entre diferentes áreas e cargos
Promova o intercâmbio entre os departamentos da startup. Auxilie os colaboradores a entenderem o que cada área diferente da sua realiza e desenvolva meios para que haja livre comunicação. Agindo dessa forma, você também favorece a livre circulação de ideias e a criatividade.
Promova a autonomia dos funcionários
A regra é clara: expanda os limites e dê mais liberdade para que o talento da sua equipe seja posto à prova e apareça. Sendo assim, distribua responsabilidades, delegue funções e dê espaço para tomada de decisões que respeitem certos parâmetros pré-estabelecidos.
Selecione bem os candidatos na contratação
De nada adianta desenvolver uma estrutura voltada ao protagonismo do colaborador, se o próprio perfil do indivíduo não estiver em linha com essa filosofia. Perfis mais cômodos, focados apenas em sua função, e sem interesse em se envolver com a equipe, não são interessantes para as startups que aplicam a gestão horizontal.
Sendo assim, certifique-se de incorporar ao time somente aquelas pessoas que estejam dispostas a “vestir a camisa” e “agir como os donos” da empresa.
Até aqui, pudemos entender um pouco mais sobre o que é gestão horizontal e quais os seus benefícios para as startups. É importante lembrar que as dicas que oferecemos só podem surtir o efeito mostrado se forem postas em prática de maneira dedicada.
Como uma metodologia de gestão, não são apenas as ferramentas e técnicas que serão capazes de gerar novos resultados. A visão e a missão da empresa também são afetadas com a adoção de uma nova perspectiva ou filosofia sobre como conduzir o negócio e buscar seus resultados.
E então, gostou do artigo? Já consegue identificar como aplicar a gestão horizontal na sua empresa? Compartilhe a sua experiência e as suas impressões sobre o tema. Deixe seu comentário!