O que são agritechs e como atuam? Descubra
Toda empresa tem o propósito de conquistar vantagem competitiva, diferenciar-se da concorrência e ter tracionamento, concorda? Para alcançar esses objetivos, é preciso utilizar inovação e tecnologia. No agronegócio, essa regra também é válida. Nesse contexto, surgiram as agritechs.
Essas startups de tecnologia voltadas para a cadeia produtiva do campo buscam o aumento da eficiência e da produtividade. Com isso, também geram a redução de custos e a oportunidade de atingir novos mercados — até mesmo o exterior.
Isso é especialmente importante em um mercado em franca expansão. Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do agro teve um aumento de 8,36%. Em 2022, a expectativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é de uma alta de 2,8%.
Enquanto isso, as agritechs já captaram R$ 54,7 milhões em 10 rodadas de investimentos feitas em 2022. Em 2021, essas startups atingiram R$ 109,2 milhões em 34 negociações.
Esses dados demonstram que esses negócios vêm ganhando relevância. Então, que tal saber mais sobre eles? Neste post, vamos explicá-los melhor. Continue lendo!
Sumário
O que são agritechs?
As agritechs são startups de tecnologias que focam o trabalho no campo. Por isso, buscam aperfeiçoar toda a cadeia produtiva do agronegócio por meio da inovação e da modernização de processos.
Basicamente, esse termo se refere à união de agropecuária e tecnologia. Assim, é possível obter melhores resultados com o auxílio dos equipamentos, ferramentas e softwares certos. Portanto, esse trabalho é maior do que a mecanização do campo, a fabricação de fertilizantes modernos e a modificação genética de sementes.
O objetivo é assegurar toda uma inovação nos processos, chamada por algumas pessoas como a 3ª Revolução Verde. Afinal, a tecnologia também permite realizar uma produção mais sustentável e eficiente, com uma abordagem precisa. Dessa forma, os desperdícios são evitados e os resultados obtidos são melhores.
Dentro deste cenário, várias soluções podem ser apresentadas e utilizadas em uma agritech. Por exemplo:
- drones via satélite;
- redes de sensores para fazer o rastreamento de animais;
- plataformas de previsões meteorológicas para se preparar para imprevistos e evitar perdas. Essa tecnologia ainda torna a produção mais rentável e saudável;
- controle de calor;
- gestão do solo;
- softwares inteligentes para prevenir pragas e doenças.
Como as agritechs atuam?
O grande foco dessas startups é fornecer soluções relevantes que permitam tomar decisões baseadas em dados. Ou seja, estabelece-se uma cultura data driven. A partir disso, o produtor — mesmo o de pequeno porte — consegue otimizar sua gestão e reduzir as perdas na cadeia de valor. Ao mesmo tempo, isso se transforma em aumento da renda.
Para chegar a esse patamar, a agritech foca a agricultura de precisão. Essa é a principal área de atuação, porque essa solução permite fazer um controle rígido de toda a cadeia produtiva. Assim, ela abrange desde o acompanhamento do estoque até o monitoramento em tempo real.
Para efetivar a agricultura de precisão, a agritech também utiliza softwares de gestão da produção agropecuária e soluções de Internet das Coisas (IT) e análise de dados. Ainda existe potencial para desenvolver melhorias nos segmentos de novel farming e biotecnologia.
Quais são os principais exemplos desse modelo?
No Brasil, existem várias agritechs. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), essas empresas ocupam o 3º lugar entre os setores mais comuns de startups, representando 11,8% do total.
Em relação a esse setor, há 299 agtechs, como também são chamadas. Dessa quantidade, 54,1% estão em fase de ignição e 47,1% já receberam investimentos. Portanto, em números, elas são mais representativas do que as HR Techs, por exemplo.
Devido a esse motivo, existem vários exemplos de sucesso. Entre eles estão:
- Pragas.com: é uma startup voltada para o desenvolvimento de soluções que ajudam a reduzir custos, executar pesquisas agrícolas e acelerar o controle de pragas;
- Um Grau e Meio: busca manter a elevação da temperatura na terra inferior a 1,5ºC para aumentar a sustentabilidade e evitar consequências negativas ao meio ambiente;
- ManejeBem: oferece uma rede de conexão entre técnicos, produtores e indústrias para realizar uma agricultura mais sustentável. Para isso, usa uma metodologia própria para diagnosticar unidades de produção, garantir a assistência técnica agrícola e capacitar agricultores;
- Trace Pack: tem sistemas de gestão de colheita florestal 4.0 e de maquinários agrícolas 4.0. Com isso, fornece dados em tempo real para aumentar a sustentabilidade;
- VOA: protege as lavouras contra pragas e doenças devido a um monitoramento preciso. Ainda garante a aplicação de agentes biológicos e fertilizantes, e o uso racional de pesticidas.
Qual é a diferença das agritechs para empresas tradicionais?
As empresas tradicionais do setor do agronegócio já visam ao aumento da produtividade e da eficiência. Também oferecem algum nível de tecnologia. No entanto, ainda há muitas perdas no campo, o que prejudica a rentabilidade do produtor rural.
Vários motivos levam a esse cenário. Entre os principais estão:
- questões climáticas, como estiagem ou chuvas em excesso;
- falta de aproveitamento do solo por falta de manejo adequado;
- utilização de maquinário inapropriado.
Com as agritechs, a tecnologia tem uma contribuição primordial. Por isso, consegue trazer vários benefícios. Por exemplo, reduz a diferença entre a área plantada e colhida, permite reaproveitar o solo e diminui os impactos ambientais da produção bovina.
Assim, também gera mais controle sob o cap table. Da mesma forma, vários indicadores são acompanhados e monitorados, o que gera a eficiência e a precisão nas tomadas de decisão.
Quais os diferenciais desse modelo de negócio?
Por focar na tecnologia, as agritechs contribuem de maneira significativa para o agronegócio. O potencial de evolução é grande, sendo que várias soluções podem ser implementadas. Algumas delas são:
- aplicações que utilizam e disponibilizam a internet 4G;
- integração com a comunicação sem fio;
- aplicações de IoT;
- blockchain;
- aplicações de computação em nuvem;
- máquinas agrícolas autônomas;
- aplicações de big data, analytics e mais;
- imageamento via satélite;
- algoritmos inteligentes;
- análises avançadas;
- inteligência artificial (IA).
Todos esses aspectos são diferenciais e tendências tecnológicas para os próximos anos. Em certa medida, já são aplicados por grandes produtores. No entanto, a ideia das startups voltadas para o agronegócio é facilitar o acesso a essas soluções.
Portanto, o grande benefício é garantir melhores resultados. Tanto é que, nos últimos 30 anos, o aumento da produtividade foi de 159% devido à inovação. Somente a produção de carne registrou uma alta de 122%.
Sem as soluções tecnológicas, seria necessário ter uma área maior de pastagem. No total, a quantidade extra deveria chegar a 280,2 milhões de hectares. Com as agritechs, os dados devem melhorar. Assim, deve-se produzir ainda mais, inclusive com diversificação.
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